Criar um Site Grátis Fantástico

Artigos /Livros / Estudos

Artigos /Livros / Estudos

 

 

   Doenças psicossomáticas, razão e entendimento

Quando falamos em doença psicossomática, temos que lhe entender o termo, “doença psicossomática”  ela intitula-se dessa forma aquando uma doença física ou não, desenvolve seu princípio na mente. O que leva os pacientes à procura de um psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista.

  “ Essa conduta, que pode partir dos médicos que acompanham o caso, gera muitas dúvidas ao paciente. “Como algo é psicológico se dói no corpo?” O fato de que uma pessoa tenha uma doença psicossomática não significa que a dor e a enfermidade não existem. Pelo contrário, o corpo realmente está em sofrimento, com dores, feridas, descontroles e descompensações orgânicas, que inclusive são até dificilmente controladas com medicamentos e os recursos da medicina tradicional.”

       A criatura humana é um agregado concordante de energias, constituído de Espírito e matéria, mente e perispírito, emoção e corpo físico, que interagem constantemente uns sobre os outros. Uma ou qualquer incidência num deles se projeta no seu correlativo, dependendo do seu direcionamento, bom ou mal, mas se mal, ocasiona, uma ação desorientadora, causando distúrbios, que se metamorfoseiam em doenças, as quais para serem retificadas, demandam regeneração e reequilíbrio do sustentáculo onde se originou. Logo, muitos são os efeitos prejudiciais no corpo produzidos pelos pensamentos em desordem, pelas emoções desregradas, da mente derrotista ou negativa alterando o habitat na estância celular do corpo, seja qual ele for, pois não poderemos esquecer que o desajuste, pode ser espiritual e físico.

 

       A exemplo vejamos o que nos diz Joanna de Angelis,”Livro Autodescobrimento”;

   “Determinadas emoções fortes - medo, cólera, agressividade, ciúme - provocam uma alta descarga de adrenalina na corrente sanguínea, graças às glândulas supra-renais. Por sua vez, essa ação emocional reagindo no físico, nele produz aumento da taxa de açúcar, mais forte contração muscular, face à volumosa irrigação do sangue e sua capacidade de coagulação mais rápida.

    A repetição do fenômeno provoca várias doenças como a diabetes, a artrite, a hipertensão, etc., assim, cada enfermidade física traz um componente psíquico, emocional ou espiritual correspondente. Em razão da desarmonia entre o Espírito e a matéria, a mente e o perispírito, a emoção (os sentimentos) e o corpo, desajustam-se os núcleos de energia, facultando os processos orgânicos degenerativos provocados por vírus e bactérias, que neles se instalam. “


      Isto quer dizer, que se refletirmos sobre esta situação e, não sendo avaliados corretamente podem animar créditos fora do alcance dos acometidos, continuando a produzir instabilidade e revitalizando doenças, como mecanismos degenerativos na estrutura corporal” somática”.


      Um corpo em desajuste e indisciplinado reverte para projeções de ansiedade ou depressão, falta de auto-estima, receios, enfim, fobias que se expressam a espaços e se transformam em neuropatias, psicopatias, desmoronamento mental.

       Nós fomos criados para que através de um corpo emprestado, cumpríssemos nossas tarefas delineadas pela evolução moral e espiritual, e a defesa e tratamento que damos ao corpo, faz parte dessa harmonização, entre entre Espírito e a matéria, é dever de cada um, zelar pelo seu equilíbrio, porque uma das manifestações primeiras elevadas da vida, dar rumo reto e edificante à sua reencarnação, sim porque aqui se faz jus, à grandeza do Pai Maior, pela oportunidade da reprodução.

 

     Por outro lado, sabemos que as doenças, noutra vertente, são encaradas como métodos de depuração, nomeadamente as doenças prolongadas, ou de gravidade inexorável, tornando-se mecanismos de sublimação das energias pesadas, originadas da má filtragem educativa, ou seja evolutiva, as quais se fazem presentes no ser, seja na fase inicial da evolução ou da renitência estabelecida pelo individuo na sua passagem num determinado plano evolutivo.


    Não é raro ouvirmos, isto a exemplo diário, de alguém que chamamos atenção, por determinada postura que está a ter menos correta para com o corpo, e a resposta ser, muda e surda, porque o apego e viciação “ tabaco, álcool e outros excessos” tem sempre a desculpa, pura e simplesmente que “ não somos iguais e que também desencarna quem não tem vícios!?”, infelizmente, esta uma realidade, que pela ignorância e o egoísmo personalizado, contamina , não só o próprio, mas todo um habitat subjacente na sociedade em pleno, isto  porque não podemos esquecer todos os indivíduos que indiretamente acabam por sofrer, por  inalação exterior da amplitude dos atos menos consentâneos com a lei da vida e o amor pelo próximo  e si mesmo.

     É preciso, co-responsabilizar , esclarecer , orientar e divulgar, começando no seio das Famílias, porque o gene educativo aí , muito importante para os objetivos futuros .

      Existe uma enorme urgência de levar em conta a dimensão de grandeza vital, a fim de determinar o que é prioridade na sua vivência e fazer uso sapiência de forma evitar percalços na caminhada.

 

   A ação do pensamento sobre o físico é vigorosa, quando sabemos que este é o efeito daquele, que tendo em conta é seu modelador biológico, e que o executa intervindo ação do ser espiritual, na reencarnação. Portanto as energias projetadas da mente trabalham na construção, recomposição, agitando os núcleos organogenéticos encarregados pela causa das impressões físicas e psicológicas, assim como todo processo celular de onde provêm os órgãos e preservação

   Se pudermos eleger um Ser mais cônscio, mais saudáveis os seus uniformes param o desempenho das tarefas que lhe estão reservadas. Tendo em conta, que algumas matrizes estão desenhadas para que a imposição se faça presente, porém, não que isso não possa ser atenuado pelo amor empregue nas suas ações.

 O conselho evite, ressentimentos, ódios que se desenvolvem, pois eles são direção para elos cancerígenos, as ansiedades, revoltas e o acrisolar o sofrimento por compaixão são expressões de alteração para focos infeciosos, e as vinganças terão reverso em distonias, enfim a ulceração do corpo passa sempre pela permuta de vibrações (mente-corpo, perispírito-emoções, pensamentos-sentimentos, matéria) pela força da vontade, que os direciona conforme seus conflitos ou pretensões. Cuidem-se pois , os incautos!

 

“Jesus referiu-se ao fato, sintetizando, magistralmente, a Sua receita de felicidade, no seguinte pensamento: -“ A cada um será dado segundo as suas obras. Assim, portanto, como se semeia, da mesma forma se colherá. “

 

Bibliografia

Livro dos Espíritos de Allan Kardec

Livro Evangelho segundo Espiritismo de Allan Kardec

Livro Autodescobrimento espirito Joanna de Angelis, pelo Divaldo Franco

Livro Encontro com a Paz e Saúde, espirito Joanna de Angelis, pelo Divaldo Franco

Wikipedia

Victor Manuel Pereira de Passos

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

ESPIRITISMO VISÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

 

Victor Manuel Pereira de Passos

  

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceitos. 3. Citações. 4.Historial. 5.Centro Espírita na Assistência Social: 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.

 

1.   1. INTRODUÇÃO 

Este trabalho tem como objetivo, alertar os espíritas para a essência da assistência social e a sua inclusão através dos princípios espíritas dentro e fora do Centro Espírita. E dos valores da defender, de forma a proporcionar o bem, mas sem aniquilar o Ser integral, nas suas obrigações, para com os valores doutrinários.

 

 2. CONCEITOS

 

Assistência – do lat. Assistentia. Ato ou efeito de assistir a alguma coisa. Fazer aos outros aquilo que desejaríamos para nós em circunstâncias iguais. 

Assistência Social – É uma  função de político-social com o sentido de dar provimento às necessidades básicas dos indivíduos, mais rigorosamente em prol da família, maternidade, infância, adolescência, velhice, o amparo às crianças e aos adolescentes carentes, promoção da inclusão seja no mercado de trabalho e na vivência com a sociedade, na preparação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência , doenças do foro crônico e a promoção de sua integração à vida comunitária. 

As prestações de assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma constante ou temporária, Este processo envolve toda a Comunidade  desde dos políticos aos voluntários.

  

Voluntário – Segundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social, ou outros campos...” 

 

  • Voluntariado

 

(art.º 2.º da Lei n.º 71/98, de 3 de Novembro)

 

É o conjunto de ações de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projetos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas.

Não são abrangidas pela presente Lei as atuações que, embora desinteressadas, tenham um carácter isolado e esporádico ou sejam determinadas por razões familiares, de amizade e de boa vizinhança. 

 

  • · ENCONTRA-SE ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do bem estar das populações.
     
  • · EFETUA-SE por um conjunto de ações de interesse social e comunitário, praticadas de forma desapegada, revelando o trabalho voluntário.
     
  • · ALARGA-SE através de projetos e roteiros de entidades públicas e privadas com condições para integrar voluntários, abrangendo as entidades promotoras.

 

  • · POR INERÊNCIA uma decisão livre e voluntária sustentada em motivações e escolhas pessoais que descrevem o voluntário.

 

Na condição Espírita” dar de graça o que de graça se recebe”, isto sem olhar a quem…

  

3. CITAÇÕES

  

"Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.” Confúcio

  

"Deviam parar com a demagogia sobre as massas. As massas são rudes, sem preparação, ignorantes, perniciosas em suas reivindicações e influências. Não precisam de lisonjas mas de instrução” Ralph Emerson

  

"Nada há de mais belo e legítimo do que o homem fazer o bem e como deve ser, nem ciência tão difícil do que saber viver esta vida bem e naturalmente; e, de todas as nossas doenças, a mais terrível é desprezar o próprio ser.” Michel de Montaigne  

 

4. HISTORIAL

  

Na antiguidade não existiam refúgios para dar apoio a crianças e idosos. No entanto por exemplo segundo dados históricos os Cro-Magnon tinham uma vida social que apresentava sintomas bastante significativos de organização. 

A sua fixação e permanência nas cavernas, embora não fosse definitiva, pois suas atividades ainda eram a caça e a pesca, eram prolongadas de tal modo a lhes dar condições de esquematizar os princípios básicos de uma comunidade. Dividiam o trabalho. 

A caça era um objetivo comum e a sua partilha entre os membros do grupo era obrigatória. Este "cooperativismo" era, em grande parte, motivado pelas próprias circunstâncias geoeconómicas em que viviam: os animais eram, em sua maior parte, de grande tamanho e difíceis de serem caçados por um homem sozinho. Caçavam juntos, enfrentando os mesmo perigos mas, em cerimônias festivas, faziam também a partilha coletiva. Porque temos que ter em conta a assistência social, não é só dar a quem precisa, mas toda uma conjuntura que nos obriga a aprender a estar em comunidade e partilhar as fragilidades para as melhor combater. 

Os Egípcios, os Hindus (na pessoa de Buda) e os Chineses (pela influência de Confúcio) além de venerar seus mortos, já ensinavam por parábolas, a tolerância, a igualdade , bondade e lealdade para conseguirem almejar  um objetivo supremo. Já se formavam castas, tribos, clãs e seitas com sua organização , mesmo que aboleta, mas já lhe sentiam a necessidade de colaboração.. 

Após implantação do Cristianismo como religião legal, os povos do pretérito começaram a elaborar instituições de assistência com caráter burocrático e constante. Com Jesus Cristo a assistência refulge em cada momento, tal vemos em epígrafe no Evangelho, circunscrevendo o tríplice espaço da sintonia universalizada;  

 

  • · Estendeu a sua Humanidade, ao homem, não tinha  limites, nem projetava diferenças: servos, adversários e perseguidos todos eram vistos de igual forma.

 

  • · Ele foi mais longe do que a estância superficial, atendeu todas as carências morais e espirituais, referindo-se constantemente ao corpo e a alma;

 

  • · Supera o conceito de todas as instituições, acrescentando o conceito de justiça, fraternidade e amor.

 

  • · O Evangelho de Jesus mostra-nos o verdadeiro sentido da caridade e   sublimidade do conceito de amor ao próximo, conforme se conclui dos seus ensinos:

 

  • · O Bom Samaritano (Lucas X: 25-37);

 

  • · Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei também a eles...” (Mateus VII:12);

 

  • · “Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem.” (Lucas VI:31);

 

  • · O que é necessário para salvar-se (Mateus XXV:31-46);

 

  • · O amar aos inimigos (Mateus V:43-47; Lucas VI:32-36).

 

A evolução Industrial, a capitalização dos interesses materiais, a soberba do poder, da corrupção veio projetar muitos desafios que até ali não haviam existido. A alienação do conceito de vida, excessos e desafios constantes pela autoridade Mundial, traz na globalização o preço da luxúria lúgubre onde os pobres ficam mais pobres e os ricos vivem o seu apogeu desmedido. 

Essa projeção imperial apenas veio trazer descontrole e estamos a colher os frutos amargos, o progresso  trazia a faca de dois gumes e a automatização que barateia os custos de mão de obra, mata os empregos e várias áreas de afazeres foram se diluindo, o desemprego, a miséria, fome e doença começou a retratar-se no quotidiano e a desigualdade por muito que se tente está aí bem presente. Os Países em recessão, por incúria, por abusos, levam a que a violência aumente, e que a estruturas de sociais comecem a ficar lotadas. Logo a necessidade de maior solidariedade entre as Comunidades, daí o papel importante dos voluntários, mas também da sociedade civil, governo e o grosso do poderio Mundial ter que criar acessibilidades, num conceito de sustentabilidade de processos, para poder ajudar os mais carentes. 

Os ricos têm que apoiar os pobres, e urge criar uma mentalização de que é necessária educação, formação, mas dentro dos valores do amor, da moral e do respeito pelos valores do outro. 

O Espiritismo, tem aqui uma tarefa, não para substituir Instituições Sociais mas para lhes acrescentar os valores espirituais, não é dar o pão apenas, mas ensinar a importância de aprender o valor do fermento pela busca constante de meios para que não se caía no marasmo , ou na ociosidade, mas exaltando à responsabilidade de todos discípulos do princípio “Fora da Caridade não há Salvação”, isto sem olhar a quem, e sem que se permita que os outros credos possam ser entrave, porque quando se trata de ajudar, os rótulos religiosos não tem valor, mas sim a essência do amor pelo próximo. 

Entendo que todos tem algo para partilhar, o medico, o carpinteiro, o trolha o eletricista, o mecânico, o padeiro o varredor, o professor, o aluno, o Pai,a Mãe…. 

Adolfo Bezerra de Menezes , Sousa Martins, Eurípedes Barsanulfo , Anália Franco António Gonçalves da Silva  “Batuíra”, são exemplos de amor e partilha, e o desafio aos Espíritas é dar continuidade partilhando com sem olhar a quem… Se nós oferecermos o que temos de bom, e o outro Irmão fizer o mesmo doando a ocupação do que alguém tem em falta estará a contribuir, para a grandeza humana tal como Jesus nos ensinou e que sublimou as praças , as ruas , as casas, com seu amor , com sua postura moral. O melhor lucro que podemos ter com a nossa experiência partilhada é a de despir a pena e  de aprender mais e ser mais solidários.

 

5. CENTRO ESPÍRITA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

  

A ação espírita a ser desenvolvida pelos Centros espíritas: a unificaçãoestudo doutrinário ensino dos médiuns e a caridade. 

O Centro Espírita é o consignatário dos princípios da Doutrina Espírita e não se pode despegar da sua pureza, afim de não colocar o Espiritismo na voz do fogo do descalabro vicioso como aconteceu com outros credos. 

Bezerra de Menezes propôs - nos: "É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compro­missos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios" (psicografia de Chico Xavier, "Reformador" de dez. de 1975). 

A solução da questão social, diz Kardec, está toda no melhoramento moral dos indivíduos e das massas. Não é o Espiritismo que cria a renovação social, mas o amadurecimento da humanidade que fará disso uma necessidade, escreveu ele em "A Gênese" (cap. XVIII, item 25). 

Em "O Livro dos Médiuns", cap. XXIX, item 350, Kardec escreveu: "Se o Espiritismo deve, assim como foi anun­ciado, trazer a transformação da Humanidade, isto pode ser apenas pelo melhoramento das massas, o que pode acontecer gradualmente e pouco a pouco, apenas pelo melhoramento dos indivíduos". 

E posteriormente, no mesmo item, o Codificador sugere: "É para o fim providencial que devem tender todas as sociedades espíritas sérias, agrupando ao seu redor to­dos os que possuem os mesmos sentimentos; então haverá entre elas união, simpatia e fraternidade e não um vão e pue­ril antagonismo de amor-próprio, de palavras antes que de fatos; então elas serão fortes e poderosas, porque se apoiarão numa base indestrutível: o bem para todos". 

6- CONCLUSÃO 

Ao Centro Espírita cabe na sociedade a função de preparar o homem espírita como motor de transformação. A idéia de Deus está mais próxima, o sentido real da vida material, é por nós entendida, porém urge fazer proliferar o sentido de real do espiritismo como voz da esperança na vida futura e da morte da inoportunidade pela mão da reencarnação. 

O materialismo e seu consulente, o egoísmo, vício mais corrosivo e a causa de todas as enfermidades da sociedade, devem ser denunciados pela divulgação da Doutrina Espí­rita e pelo exemplo dos seus seguidores. É importante o papel do Centro Espírita na aproximação da Família, na educação dos seus membros e a mesma projeção social para todas áreas da comunidade. 

A ação social espírita tem de se fundamentar no voluntariado no apoio aos carenciados, apoio espiritual nas suas vertentes, orientando, para vida ativa e não para a passividade. 

A missão principal do Espiritismo é o apelo à “transformação da humanidade pela melhoria das massas por meio do gradual aperfeiçoamento dos indivíduos”, todo o auxílio feito ao próximo deve ser acionado dentro de um plano que tenha por objetivo o reequilíbrio moral; a reintegração social e a educação espiritual.

  

7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 

O Evangelho segundo o Espiritismo.  A. Kardec. 

O Livro dos Espíritos. A. Kardec. 

O Livro dos Médiuns de A. Kardec 

A Gênese de Allan Kardec 

Conduta Espírita. VIEIRA, Waldo. 

www.espirito.com.brManual de Apoio para as Atividades do Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita, da FEB.

 

Decreto de Lei (art.º 2.º da Lei n.º 71/98, de 3 de Novembro)

 


^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^

AS RAZÕES EXPLICATIVAS DO CAMELO E AGULHA

Victor Manuel Pereira de Passos 

Mateus 19:23-30

23 Jesus, pois, disse a seus discípulos: "Em verdade vos digo que um rico entrará com dificuldade no reino dos céus.
24 Novamente vos digo: mais fácil é um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino de Deus!
25 Ouvindo isso, os discípulos muito se chocaram e perguntaram: "quem pode, então, salvar-se"?
26 Olhando-os, porém, Jesus disse-lhes: "Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível".
27 Respondendo, então, Pedro disse-lhe: "Eis que nós abandonamos tudo e te seguimos; que, pois, será para nós"?
28 Mas Jesus disse-lhes: "Em verdade vos digo, que vós, que me seguistes na reencarnação, cada vez que o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, sentareis também vós sobre doze tronos, discriminando as doze tribos de Israel.
29 E todo que tenha abandonado casas ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou esposa ou filhos ou campos por causa do meu nome, receberá o cêntuplo e participará da vida imanente.
30 Muitos primeiros, porém, serão últimos, e últimos serão primeiros".

 

Marcos 10:23-31 

23 Olhando em torno, disse Jesus a seus discípulos: "Como entrarão com dificuldade no reino dos céus os que têm riquezas"!
24 Os discípulos porém se horrorizaram com as palavras dele. Mas respondendo Jesus disse-lhes: "Filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!
25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino de Deus".
26 Eles se chocaram terrivelmente, dizendo uns aos: "E quem poderá salvar-se"?
27 Olhando-os, Jesus disse: "Aos homens isso é impossível, mas não a Deus, pois tudo é possível a Deus".
28 Começou Pedro a dizer-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos".
29 Disse Jesus; "Em verdade vos digo, ninguém que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs ou mãe ou pai ou filhos ou terras, por minha causa e por causa da Boa-Nova,
30 que não receba agora, nesta oportunidade, o cêntuplo de casas e irmãos e irmãs e mães e filhos e campos, com perseguições, e no eon vindouro a vida imanente.
31 Muitos primeiros, porém, serão últimos, e últimos serão primeiros".

Lucas18:24-30

 

24 Vendo, então, Jesus que ele se tornara triste, disse: "Como dificilmente os que têm riquezas entrarão no reino de Deus!
25 Pois é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino de Deus".
26 Disseram, então, os ouvintes: "E quem pode salvar-se"?
27 Ele disse: "O impossível entre os homens é possível para Deus".
28 Disse Pedro, então: "Eis que deixamos nossas coisas e te seguimos"...
29 Então ele disse-lhes: "Em verdade vos digo que ninguém há que abandone casa ou esposa ou irmãos ou país ou filhos por causa do reino de Deus,
30 que não receba muito mais nesta oportunidade e a vida imanente no eon vindouro".
 

Muita tinta tem corrido acerca desta parabola, e tantos solicitos parafraseantes, as entendem de forma, personalizada, como se trata-se de algo com mistério, ou procuram projetar a sua ideia , mas apenas colidem numa situação, em situação alguma Deus condenaria ninguém à impossibilidade de evolução, de oportunidade de reparação, ou não existisse a reencarnação. 

Logo é preciso fazer jus e tentar perceber esta asservativa de enorme profundidade. 

Tem aparecido muitas sugestões sobre o significado reflexivo  'o camelo e a agulha'. 

Alguns sugerem que pode ter havido uma losa ( erro textual), visto que uma simples vogal pode fazer a diferença entre 'camelon e camilon' sendo esta cordel, no grego. Esta hipótese está fora de questão porque seria possível um cordel passar pelo buraco duma agulha larga.

 

Outros sugerem que o buraco da agulha se refere a uma das duas portas estreitas da entrada na cidade de Jerusalém.

 

Sinceramente essas portas são bastante largas para um camelo passar,  porém tem o senão de serem portas demasiado pesadas para movimentar, então recortaram nelas uma mais pequena e estreita para o movimento normal das pessoas.  (recortaram nas próprias portas outra mais pequena)  

Esta porta estreita, pelo seu formato, terá sido referida por Jesus como o 'buraco da agulha'. Mas, também esta idéia não tem muito suporte. Além disso, a porta pequena jamais foi referida pelos israelitas como o 'buraco' duma agulha. Esta teoria não apareceu antes do nono século.

 

Os guias turísticos de Israel referindo-se ao buraco, colocam-no em comparação com as vigias estreitas, que aparecem em forma de agulha, como tem na frontaria da porta dourada, onde estão quatro dessas vigias em forma de agulha, semelhantes a  muralhas de um castelo.

 

A impressão recolhida no semblante dos discípulos foi de horror. Justamente eles pensavam que os ricos entrariam muito mais facilmente: que não consegue um homem com dinheiro? Então Jesus resolve aprofundar o espanto e chocá-los, para que jamais esqueçam a lição, e faz uma comparação que os deixa boquiabertos: "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino dos céus".

Teofilacto, no século 11°, em seus comentários evangélicos (Patrol. Graeca vol. 123) sugere que, em lugar de kámelos, "camelo", devia ler-secámilos, "cabo", "corda grossa", aceitando a hipótese já lançada por Cirilo de Alexandria, em sua obra "Contra Julianum", cap. 6.º. Mas isso nada resolve. 

Além do que a expressão de Jesus encontra 

eco nos escritos rabínicos: "ninguém sonha com uma palmeira de ouro, nem com um elefante a passar pelo buraco de uma agulha" (Rabbi Raba, cfr. Strack e Billerbeck, vol. I, pág. 828).

Ora, na época de Jesus os camelos eram comuns à vida quotidiana, ao passo que os elefantes constituíam recordações vagas de séculos atrás, por ocasião das guerras macedônicas. E o mesmo Jesus utiliza outra comparação com o camelo: "vós, que coais um mosquito e engolis um camelo" (Mat. 23: 24).
     
A exclamação cheia de ternura, com que Jesus se dirige a seus discípulos, chamando-os "meus filhos" (tékna) parece querer abrandar o choque traumático que lhes causara. Na expressão "os que têm riquezas", o substantivo empregado é chrêmata, que engloba bens móveis e imóveis, ao passo que ktêmata exprime apenas os imóveis.

 

No vers. 24 alguns códices trazem "Filhos, como é difícil aos que confiam nas riquezas entrar no reino dos céus".

Esse adendo, na opinião dos hermeneutas, é glosa antiga, para justificar os ricos que não queriam desfazer-se de suas riquezas, mas cuja amizade interessava ao clero. Knabenbauer (Cursus Sacrae Scripturae Paris, 1894, pág. 271) esclarece muito atiladamente:   (si glossa est, apte et opportune addebatur; neque enim opes incursat, sed eos qui ultra modus iis inhaerent), isto é, "se é uma glosa (Anotação que explica o sentido de uma palavra ou de um texto; comentário, interpretação.), foi acrescentada adequada e oportunamente; pois não condena as riquezas, mas aqueles que a elas se apegam além da medida".

O trauma leva os discípulos (Lucas diz "os ouvintes") a interrogar-se entre si: "e quem poderá salvar-se"?

Realmente todos os seres humanos têm posses, embora as de alguns seja constituída de alguns trapos para cobrir a nudez. Há então clara distinção entre pobreza efetiva e pobreza afetiva. A primeira, por maior que seja, talvez a posse de simples lata velha para beber água, pode envolver apego que provoque briga se alguém lha quiser tirar: enquanto a segunda, mesmo que se possuam bens em quantidade, é mantida com a psicologia do mero gerente ou mordomo, sem nenhum apego afetivo em relação a ela.

Conclusão

A essência da parabola , é a de causar mais espanto e reflexão entre os seus seguidores, o Pai nunca, em circunstância alguma impediria os ricos de terem a oportunidade de entrar no Reino de Deus, e a exaltação é feita aos excessos que o rico possa cometer pela riqueza , dando o mote de que realmente a prova da riqueza é muito dificil, porque o facilitismo, como foi dito não sinónimo de partilha isenta, mas um campo minado para quem detem a riqueza. Mas daí a dizer que mesmo falhando, não terá nova oportunidade de revitalização dos seus valores , é um engano.

 

Nesta parabola, temos os primeiros comentários feitos por Jesus, enquanto se afastava o jovem rico, triste e preocupado (stygnasas, "de sobrecenho carregado") com a luta íntima que nele se travara entre a vontade incontrolável de seguir o Mestre, e o apego descontrolado a seus bens entre o amor ao Espírito e o amor à matéria.

Marcos anota que Jesus "olhou em torno de si" (periblepsámenos), observando com penetração psicológica o efeito que nos discípulos causara a cena, e o que produziriam suas palavras. E disse: "Como os ricos entram com dificuldade no reino dos céus!" O advérbio dyskólôs, "dificilmente", é usado apenas aqui nos três sinópticos.

Todos nós somos seres que falhamos e estamos em cumprimento da renovação, que nuns é mais lenta e noutros mais rapida.

 

 

 

Bibliografia
Sabedoria do Evangelho de Carlos Torres Pastorinho
Cursus Sacrae Scripturae Paris, 1894, pág. 271
Cirilo de Alexandria, em sua obra "Contra Julianum", cap. 6.º.
Teofilacto, no século 11°, em seus comentários evangélicos (Patrol. Graeca vol. 123)
(Rabbi Raba, cfr. Strack e Billerbeck, vol. I, pág. 828).

 

Evangelho segundo Espiritismo de Allan Kardec

 

Victor Kossi Agbanou, Le discours eschatologique de Matthieu 24-25: tradition et réaction, Paris, Lecoffre, 1983, 228pp., dans la série "Etudes bibliques. Nouvelle série" vol.2, br.orig., 3 cachets (dont un petit cachet sur les tranches inférieures), bon état, 
Johann Nepomuk Alber, 
Institutiones hermeneuticae Scripturae Veteris Testamenti 
 

 

 

 

 

 

A FAMÍLIA EM MUDANÇA

Victor Manuel Pereira de Passos

 Português

Meus Amigos entendo que vivemos uma fase de transformações , Léon Denis diz- nos e bem "cada século tem uma particular missão na história".  Este sec. Está a tomar o rumo de enormes transformações com o sentido direccionado para o mundo de regeneração. Todos os valores do pretérito estão a ser reavaliados em toda a essência de maneira a que outros, e estes mais próximos da realidade se reactivem

Muitos irmãos pensam que por o enorme número de divórcios e os conflitos familiares se está a extinguir a Familia, penso que será o contrário tal como sociólogos que estudam nessa área, o pensam, esta fase contemporânea é nada mais nada menos que um processo reorganizador do ser humano, de forma a integrar-se nas novas nuances dos sentimentos, e emoções e valores espirituais, reforçando dessa forma que a ideia familiar vista pela consanguinidade, começa a cair e a aproximar-se do conceito Família que nos mostra no  

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” aprendemos que os verdadeiros laços não são os da consanguinidade, mas os laços da afinidade espiritual. Devemos tranquilizar, pois, os corações, porque a família não está em extinção, o processo é de transformação.·

 Quem não percebeu , está a ser arrastado pela circulação das mudanças, desde a revolução da Juventude , na mãos do amor livre, pelas enumeras fragilidades que apresentaram, ate à revolução industrial transformou as cidades em metrópoles e trocou a simples vida agrária pela movimentação e agitação da sociedade tecnológica, assistimos a fragmentação familiar ocorrer de formas acelerada e invulgar, ocasionando dificuldades que só o tempo conseguiu demonstrar. O antigo aconchego doméstico foi substituído por uma ausência contínua, primeiro dos pais trabalhadores, depois dos filhos estudantes e, por fim, dos "os filhos de  creche" “ Os Pais de asilo” tornaram-se o elam da vida pela volumetria de movimento cego aos valores de amor e enlouquecido pelo ingaço da necessidade da conjugue trabalhar para equilíbrio do óvulo económico do lar que povoam o dia a dia de nossas metrópoles. Como consequência da busca de realizações externas e da contínua ausência de convívio entre os membros do grupo familiar, o diálogo se fez escasso, a afectividade teve sua manifestação dificultada e a família, em si mesmo, permanece ameaçada.

O tema Familia vê-se a ser discutido e rediscutido mas temos que o fazer contemplando, todas as vertentes, porque não é visão singela social, ou ao enxergar pelo intelectualismo, mas tomar como ponto valores de espiritualidade e sua envolvência nessa transformação..

Nesse estudo, o Espiritismo vem trazer referenciais de extrema profundidade uma vez que estabelece no Espírito uma das potências da Natureza e pretende introduzi-lo como uma variável determinante na interpretação da vida. Portanto as considerações em torno da família e suas funções ganham no pensamento espírita uma dimensão a maior, permitindo ver mais além do sentido da Familia consanguínea.

Senão vejam o que nos diz o EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO;

”, Cap. XI, item 9: "Disse Jesus: 'Amai o vosso próximo como a vós mesmos'. Ora, qual o limite com relação ao próximo? Será a família? A seita? A nação? Não, é a humanidade inteira". É de foro íntimo de cada um entender se o exercício que está fazendo dentro da relação é de solidariedade, desenvolvimento de laços fraternos, ou se está baseado nas sensações e na busca da sensualidade. (t)

Allan Kardec também nos diz;

"Há no homem alguma coisa a mais, além das necessidades físicas há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos."

A visão da Familia tem tantos conceitos tantos quanto nós sermos individualidade senão vejam;

Definindo família como "Pessoas aparentadas que vivem em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos"; ou ainda "pessoas do mesmo sangue" Aurélio Buarque, pretendeu relacioná-la com sua função marcadamente social e biológica. Mas a família traz interpretações mais amplas quando observada sob outros pontos de vista.

No entendimento de Wilfred Anderson e Frederick Parker:

"A família é a instituição primária das sociedades. Entre suas principais funções podemos citar: a reprodução biológica, o sustento económico, a socialização e a educação, e a transmissão de propriedade e cultura."

Assim, no âmbito sociológico encontramos a família como "a instituição primária" e como um instrumento da sociedade para sustentação do seu próprio equilíbrio. Ainda nas palavras de

"a família é a mais eficiente estrutura de relação humana criada pela sociedade para a realização de certas funções essenciais."

Essa opinião de que a família é um instrumento da sociedade para sustentação de suas bases não é exclusiva desses autores. Will Durant compartilha da mesma ideia e afirma que:

"A família tem sido o veículo dos costumes e das artes, das tradições e da moral.", e acrescenta "A essa função da família como centro moral e integrador da sociedade veio somar-se a função económica: a família tornou-se uma unidade, um núcleo de produção."

Ao demonstrar que o homem é na realidade um Espírito em aprendizado na Terra, a Doutrina Espírita ampliou o conceito de família. Kardec tornou muito clara esta dimensão de família espiritual quando analisou o problema em O Evangelho segundo o Espiritismo. Assentando a família em bases espirituais o Espiritismo apresenta a família como instrumento fomentador do progresso. No entendimento do Espírito Emmanuel, a família recebe uma interpretação transcendente:

"Temos, dessa forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor"

Essa função evolutiva que desempenha a família vai além do indivíduo e atinge mesmo as bases da organização social. Uma análise detalhada das funções específicas da família, conquanto de enorme interesse, está fora do escopo deste texto. Mas poderíamos sintetizar essas funções no seguinte quadro esquemático:

No "O Livro dos Espíritos" Kardec a da lei de sociedade esclarece-nos de que:

"O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento ele se embrutece e estiola."

Nós temos que entender que tudo está em mudança e a nossa vida sofre influências que não são só nossas , mas também da espiritualidade, porque pela reencarnação, novos valores vão integrando as alterações e das quais temos que nos adaptar .

Allan Kardec, na Codificação, estabeleceu no Capitulo V conclusão de "O Livro dos Espíritos "que nos diz:

"Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é consequência inevitável."

Daí meus Amigos entendo a forma de mostrar que esta mudança é tem o seu positivismo, ´+e divulgando o Espiritismo, e demonstrando pelo exemplo a grandeza e a enorme responsabilidade que a Familia tem da educação de valores morais e de entendimento, só possíveis no intercambio relacional com a individualidade e ao mesmo tempo uso do livre-arbitrio, com bom senso e dentro da razão.

(1) Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 18 e 23.

(2) ___________, O Livro dos Espíritos, Livro III, Lei da Sociedade, cap. VII, subcap. III, Laços de família, questão 774.

(3) XAVIER Francisco Cândido. Vida e Sexo. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro,- FEB, 1982. p. 13-15.

(4) Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Livro III, Lei da Sociedade, cap. VII, subcap. I, Necessidade da vida social, questão 768.

 

Victor Passos

 

 

 

APOIO FRATERNO NOS MEIOS VIRTUAIS

Victor Manuel Pereira de Passos

 

    O Apoio fraterno na essência da sua finalidade, é incompreendido por muitos dos companheiros de filosofia.

   Aplicando a maxima da disciplina, eles reclamam da falta de segurança para fazê-lo  e que os principios espiritas em nada se abonam com esse trabalho!

   Sinceramente, questiono-me, mas Jesus ajudava em qualquer lugar, na rua, em casa, à distancia e não olhando a quem o fazia , mas sempre aproveitando para educar e incentivar à mudança interior do Ser.

  Claro que nós, não somos ponto sequer  de comparação  moral com o Mestre, mas somos, isso sim seus seguidores, com mais ou menos fragilidades.

   “Ora tomando seus ensinamentos como rumo moral, Ele nos diz ” Sem caridade não haverá salvação” e reforçando também nos mostra no maior mandamento “ Ama Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”

  Então devemos negar-nos a dar apoio a quem precisa, vamos fazer como o Sacerdote e o Levita que passaram ao largo do enfermo?!

  A parabola do Bom Samaritano traz-nos um enorme ensinamento que consiste em fazer comprovar aos nossos olhos que, o indivíduo que se titula religioso e se julga virtuoso aos olhos de Deus, nem sempre é o verdadeiro expoente do que demonstra  possuir. Ensina aos outros como fazer caridade, mas ele suprime a si mesmo na pratica.

  No nosso dia-a dia , cruzamos por imensos irmãos que não por acaso, mas porque por empatia sentem que somos fonte segura de amparo, vamos negar essa ajuda?! Vamos escorraça-los?!

  Afinal “Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? " (Lucas, 10:29)

  O nosso proximo são aqueles que sempre se apresentam no caminho pelo em reajuste de causa, e claro nos procuram, para serem, amparados, não que tenhamos que ser zelosos pela carencia, mas porque a verdade da Lei é indestrutivel e nos ensina que “Sem caridade não haverá salvação” Jesus

  O Apoio Fraterno também pode ser feito pela Internet  mas ter sempre em conta no aspeto essencial de orientar, à luz dos ensinamentos espíritas, os  procuram, os Grupos de Atendimento. Não abrindo porta a tendeiras de mediunismo, mas a um atrabalho de consolo e amor, dando de graça o que de graça se recebe.

     Este trabalho que se apresenta deve ter a formularização de doutrinamento abrindo  a porta da esperançapara o necessitado, mas sempre manifestando meios de libertação e de paz,  dos quais ele é ponto central para superar, originando, desse modo, o processo de incentivo à reforma interior.

Lembrando que a terapia do amor, requer disciplina afincada , porque em todo labor espiritual, devemos tomar em conta  o teor da responsabilidade dos nossos atos e que todos eles devem ser no sentido cristalizado e não da adivinhação.

Nós para darmos apoio fraterno, temos que ter em conta que a “catarse” tem de merecer da mesma forma que num Centro Espirita, o sigilo e a gravidade do ato que estamos a cumprir.

  As questões devem ter da parte de quem as recebe e responde por email, de um trabalho de estudo continuo e de envolvimento com os valores cristicos e nunca de exposição do fragilizado.

    O preparo deve começar apelando à lucidez e bom senso dentro dos parametros da razão, através da prece, porque nenhum esforço se faz, que sendo encaminhado com sentimento do bem ,não obtenha assistencia do alto e para tal devemos estar em clima de paz e tranquilidade, sem com isso, mediunizar o processo.

  Esta condução é apenas para ter um boa percepção da catarse que o debilitado apresenta na exposição escrita ou oral do seu problema.  

  Fundamentar sempre o apoio com base no Evangelho, dando implemento às palavras do Cristo: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" e ao "Vinde a mim, vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei."

  No entanto não nos façamos substitutos da medicina ou confessores da culpa, o apoio apenas se deve singir ao consolo, reforço da fé, esperança e orientação do assistido e remetendo o mesmo para o Centro Espirita  para acompanhamento espiritual e reequilibrio através da fluidoterapia.

  Vejam o que Kardec nos diz em seu discurso de Lyon e Bordeus; "Coloco em primeira instância o consolo que é preciso oferecer aos que sofrem, erguer a coragem dos caídos, arrancar um homem de suas paixões, do desespero, do suicídio, detê-lo talvez no limiar do crime! Não vale mais do que os lambris dourados?"                                                     ("Viagem Espírita de 1862" )

  Joanna de Ângelis (espírito)faz este apelo;

 “ O atendimento fraterno é campo de trabalho solidário entre quem pede e aquele que doa. Graças a ele irmanam-se os indivíduos, compartem suas dores e repartem suas alegrias.É da Lei que, aquele que mais possui deve multiplicar os bens, repartindo-os com aqueloutros que sofrem carência.

   O atendimento fraterno objetivo acender luz na treva, oferecer roteiro no labirinto, proporcionar esperança no desencanto.Felizes aqueles que se encontram a serviço da fraternidade, atendendo aos seus irmãos em sofrimento e contribuindo com segurança para sua elevação.

   Jesus foi o exemplo superior do atendente fraterno, por excelência.

   Não carregou o fardo das pessoas, porém ensinou-as, com seu sacrifício, a conduzirem os próprios grilhões a que se prendem voluntariamente, para que os arrebentem no calvário da imolação.

  Abre-te, desse modo, ao atendimento fraternal, doando as tuas horas excedentes aos sofredores do caminho e auxiliando-os a entender o significado da vida e das existências corporais.

  Não te escuses jamais, recordando-te d’Aquele que jamais se negou a ajudar fraternalmente.”

   O Apoio Fraterno via Internet, seja por voz ou email,deve ser valorizado, tal como qualquer outro trabalho espiritual, porque se os meios nos são proporcionados pela evolução tecnologica, para visualização, audição de palestras, entrevistas, estudos e divulgação da  Doutrina Espirita, deixemos a fragância  do melindre e da inação para quem não é capaz de levantar a mão para o caído e conciliemos o amor em caridade com  o reforço duma fé racionada e dentro dos valores Cristicos.

  Aos Irmãos que se entregam a esta tarefa, em humildade e sensibilidade do coração, que sejam sempre espelho realizador do amor e harmonização dos orfãos debilitados pelo carencia, sabendo que seremos sempre reflexo dos nossos atos.

Victor Passos

 


AS ALGEMAS DO PRECONCEITO HOMOSSEXUAL

Victor Manuel Pereira de Passos

 

A homossexualidade é muito debatida, e pouco entendida, e ainda por cima se vê preconceito para um lado e não para o outro! Será que também não existe preconceito do homossexual para o heterossexual!?

Entendo que os seres que respeito imenso, no caso os homossexuais, também se vitimam em demasia para encarar a situação de se achar desgarrados da Natureza procriadora, porque na realidade eles sabem no seu intimo que a posição que se encontram é opção deles e não doença.

Não sou contra, como disse tenho alguns amigos nessa condição e são extremamente generosos e boas pessoas, nem os vejo por o serem...São seres como eu ,mas com opção diferente, e porquê?! Vejamos recorrendo à Codificação; 

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?

Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação

 Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

 A acção dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua sabedoria, quis que nessa mesma acção que eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza. relâmpago.” (1)

Logo, perante este cenário, não poderá ser uma expiação ou provação a sua condição?

 Não terá escolhido este meio de poder sanar abusos dum preterito, sei que é uma suposição, mas assisti a relatos em doutrinações de espiritos que passaram nessa condição, devido a abusarem de mulheres, mesmo tendo violado, nalguns casos... seguindo  

200. Têm sexos os Espíritos?

“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”

201. Em nossa existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?

“Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.”

Ora amigos,se os espiritos no caso dos homossexuais são seres que estão em sintonia, de sentimentos e vontades, não pode haver amor entre eles! E concordância? Claro que se sim apesar de estarem num corpo e apesar de encarnados são espiritos ou não?

Agora, se pode um espirito animar um corpo de homem, num de mulher, não tem ele afinidade com a forma de estar da mesma, penso que sim, está a errar por isso?

Se tratando duma provação ou expiação  claro que não, será um um meio de valorização do próprio espirito, ao fazê-lo valorizar os sentimentos, para com os outros. Vejam... 

202. Quando errante, que prefere o Espírito; encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher? 

“Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.”

NOTA DE ALAN KARDEC: Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo.

Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência.

Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens.

Após esta questão penso que está tudo dito.

Aonde condena a homossexualidade a Codificação!?

Meus amigos assim como à agnostos que tem mais moral que qualquer um de nós, estes irmãos também tem direito à sua livre escolha, às suas opções de evolução, o importante é os seus valores de amor e respeito pelo próximo, pergunto em que afecta, estes irmãos amarem outros do mesmo sexo?

Entendo que o importante é que eles na sua caminhada , assim como nós,se façam seres moralizados, e se libertem de egoismo e orgulho, que cambeia pelas relações vivenciais!

Vamos preocupar-nos com a envolvência educativa, dos nossos filhos, das Familias, e do respeito dos seus valores, porque cada vez há mais divórcios, cada vez â mais abandonos dos filhos, cada vez à mais violência, isto é que temos que repensar, e dar as mãos afim de tornarmos a Humanidade vivente melhor.

Me perdoem, não sou dono da verdade, no meu conhecimento pequenino , vejo as coisas assim, e como sou apenas uma individualidade, não faço razão.

Victor Passos


 


 


Doenças

Dos princípios abordados doutrinariamente verificamos que as doenças se distribuem em dois campos fundamentais: as doenças físicas e as doenças espirituais. Qualquer delas tem as suas causas próximas ou remotas, caso aquelas não sejam detectáveis.
É evidente que problemas de saúde surgem sempre que se utiliza mal o livre arbítrio, contribuindo para episódios temporais que podem trazer consequência lamentáveis. Avisados que estamos para as consequências dos nossos actos impensáveis. Se não cuidarmos dos avisos, receberemos de volta o que fizermos, na mesma ou nas experiências reencarnatórias subsequentes, o que quer dizer que as que se recebem resultam das experiências anteriores.
Estas doenças, físicas, podem trazer-se desde logo da vida intra-uterina, isto é, serem o resultado de problemas genéticos e são conhecidas por doenças hereditárias ou congénitas, ou podem ser adquiridas ao longo da vida em resultado de abusos, de repetição de hábitos antigos que se reflectem nas fraquezas orgânicas e desencadeiam doenças físicas que, por sua vez, chamam a perturbação espiritual transformando as doenças em doenças mistas, físicas e espirituais.
Mas ocorre ainda que outros problemas podem surgir, outras «doenças» que são aquelas para as quais a medicina não encontra motivo, nem causa, nem efeito, mas que afectam profundamente a vida das pessoas.
A ciência chama-lhes doenças do foro nervoso ou psíquico e podem ser «neuroses, psicoses, psicoses maníaco-depressivas, esquizofrenias» ou simplesmente DEPRESSÕES». O mais das vezes são problemas espirituais que designamos por «obsessões simples, fascinações ou subjugações.
É evidente que tudo quanto ajude a minorar a dor humana é divino o que quer dizer que a Medicina humana, tradicional, é divina, desde que funcione dentro das Leis Divinas, e está aí para ajudar a minorar o sofrimento da humanidade. Embora rareiem hoje os apóstolos da Medicina, ainda encontramos verdadeiros exemplos de doação e amor ao próximo.
Consideradas as questões como ficam, a saúde pode ter duas visões. A primeira, de acordo com a Medicina da Terra, será o equilíbrio perfeito dor órgãos físicos, o que não coincide em relação à visão espiritual uma vez que podendo ser a doença física uma contribuição poderosa para o encontro do equilíbrio da alma, ou do espírito após o desencarne.
Podemos dizer, então, que toda a moléstia, toda a doença física, tem antecedentes espirituais. A ciência médica vai hoje dizendo que, as causas das doenças mais mortíferas como são o CANCRO e as DOENÇAS CARDIOVASCULARES, se encontram nas consequências do STRESS, situação que tem a sua génese na vida social agitada que se tem vindo a agravar nos dois últimos séculos, e que redunda nas alterações de funcionamento do metabolismo celular, com consequências graves no corpo físico. Esse stress, essa agitação, circula do corpo, pelo perispírito até ao espírito ou, mais frequentemente, do espírito através do perispírito, instalando-se no corpo físico.
Podemos dizer, pois, que a esmagadora maioria dos problemas tem sua génese no espírito, sua vivência, seus hábitos passados e presentes, assentes na Lei de Causa e Efeito posta em execução pela bondade Divina através da REENCARNAÇÃO.
É evidente que a distribuição da dor ao longo de várias experiências, resultado de condutas erradas ao longo de outras tantas, é manifestação divina do alívio que é permitido, como o é a descoberta de medicamentos que atenuem os efeitos dessas causas que se criaram. A Medicina é, pois, uma forma de fazer chegar o socorro às aflições que todos fomos criando.
Logo, as curas estão aí sendo uma obrigação dos humanos procurarem os melhores métodos para se conseguir. Além do mais é bem evidente, na Lei, esta realidade quando o próprio Jesus afirmou, peremptoriamente a propósito da «cura do paralítico de Cafarnaum», que, chegado ao fim o resgate, não havia motivo para prosseguir o sofrimento podendo surgir a cura (levanta-te e anda, os teus pecados estão perdoados).
Torna-se necessário reconhecer as ligações entre estes problemas para que se não caia no extremo nem de considerar tudo físico, nem tão pouco de considerar tudo espiritual, porque as consequências de errados comportamentos espirituais podem ser físicas e terá que ser a Medicina terrena a dar uma achega, embora nós espíritas precisemos de saber que não chega, precisa da contribuição espiritual.

Guido Pinheiro

17/12/2009

 


AS LEIS NATURAIS DO BEM E DO MAL SÃO AS MESMAS


Um Centro Espírita é um local, essencialmente destinado a desenvolver actividades espirituais as quais devem ser exclusivamente para ajuda ao próximo e o próximo, tanto é o espírito encarnado como desencarnado. Por essa razão, todos os trabalhos espirituais que lá se realizam têm de ser de completo desinteresse dos bens materiais e sempre, mas mesmo sempre, por amor ao próximo.
Uma reunião prática de Espiritismo é constituída por vários elementos: Espíritos encarnados e Espíritos desencarnados, além de ainda se contar com certos valores abstractos, tais como: sentimentos, intenções, conhecimentos, entre outros, de todos os presentes. A reunião é orientada por leis espirituais imutáveis, que são as leis naturais. As boas intenções dos presentes, cria uma sintonia vibratória que atrai os bons Espíritos.
A capacidade mediúnica e a força psíquica dos encarnados, aumentam muito a sua influência espiritual. As emanações fluídicas benéficas e as acções para fazer o bem, podem ser feitas no local ou à distância. Por último, sabemos que a pessoa que recebe a acção desses trabalhos é beneficiada de acordo com a sintonia que tenha com eles, ou seja, as suas condições morais. É isto, em resumo, a reunião prática de Espiritismo de ajuda ao próximo.
Todo o trabalho que é feito por encarnados com mediunidade, sem formação espiritual, os chamados comerciantes da mediunidade, acabam na maioria das vezes, por executar trabalhos sem o mínimo de respeito pelo próximo. Todos estes trabalhos são regidos pelas mesmas leis com que são feitas as reuniões espíritas. É de notar que tanto numa situação como noutra, o princípio é o mesmo. A única diferença está na postura moral negativa, que neste caso, atrai os maus espíritos.
No entanto, o principio de funcionamento que são utilizados nos trabalhos efectuados nos centros espíritas sob a orientação de Espíritos Superiores, são os mesmos que os tais comerciantes da mediunidade. E, não poderia ser diferente, pois no mundo invisível, tudo está sujeito a uma só Lei. Vejamos o que diz o, Codificador:
"O fluido perispiritual do encarnado é, pois, accionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, envia fluidos sobre outro indivíduo, os fluidos o penetram. Daí a acção magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade, mais ou menos boa, conforme sejam os fluidos de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificantes. Porque podem, por sua acção, penetrar nos órgãos e, em certos casos, restabelecer o estado normal. Sabe-se da importância da influência das qualidades morais do magnetizador. Aquilo que pode fazer um espírito encarnado enviar o seu próprio fluido sobre uma pessoa, pode, igualmente, fazê-lo um desencarnado, desde que tenha o mesmo fluido. Deste modo pode magnetizar e, sendo bom ou mau, a sua acção será benéfica ou maléfica" - (Allan Kardec, na Revista Espírita, número de 1862, Estudo sobre os possessos de Morzine).

Olhando o texto, pode-se facilmente deduzir que um Espírito encarnado pode, por sua vontade, lançar uma carga de fluidos doentios sobre uma pessoa e, se este magnetismo inferior encontrar sintonia no destino, a sua acção poderá ser maléfica. Kardec explica que um Espírito desencarnado também pode fazê-lo, com consequências iguais às do encarnado. Ora, os trabalhos feitos com um baixo magnetismo, não são mais do que trabalhos realizados por pessoas sem escrúpulos e Espíritos maus.
Os espíritos desencarnados envolvidos nestas práticas, são criaturas maléficas, maliciosas e primitivas. Estes seres nem sempre obedecem à doutrinação comum, pois não possuem inteligência e conhecimento suficientementes a ponto de compreenderem os princípios evangélicos. São agressivos e perigosos, e podem colocar em risco a segurança dos grupos.
"Quando Kardec perguntou a respeito de feitiços, a resposta dos Espíritos foi que eles gargalham e zombam de crendices e superstições".
O Codificador demonstra nos seus estudos que a movimentação de fluidos de natureza inferior e a evocação de maus Espíritos com o intuito de prejudicar alguém é perfeitamente possível. Na verdade, os Espíritos acharam graça daqueles que crêem em pretensos poderes mágicos e sobrenaturais inexplicáveis.
Para se libertar alguém que está a ser vítima deste mal, não é necessário o uso de nenhum objecto material, ou ritual. Mas, é necessário um preparo moral e intelectual mínimo.
Nos trabalhos de doutrinação, é preciso aceitar a existência desse tipo de malefício. Depois, adquirir gradualmente o conhecimento prático para lidar com ele. Ao nos colocarmos com a intenção de servir neste sector de atendimento, os Espíritos superiores, vão-se aproximar das nossas reuniões com a intenção de nos amparar no desempenho dessa tarefa.

Guido Pinheiro



 

Considerações das Pluralidades das Existências

     Allan Kardec foi bastante racional nas considerações que teceu sobre a pluralidade das existências. A certa altura ele diz:

    Se não há reencarnação, não há mais do que uma existência corporal, isso é evidente. Se nossa existência corporal é a única, a alma de cada criatura foi criada por ocasião do nascimento, a menos que admitamos a anterioridade da alma. Mas nesse caso perguntaríamos o que era a alma antes do nascimento, e se o seu estado não constituiria uma existência sob qualquer forma. Não há, pois, meio-termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo.

  Se ela existia, qual era a sua situação? Teria consciência de si mesma?

  Se não a tinha era mais ou menos como se não existisse; se tinha, sua individualidade era progressiva ou ficaria estagnada?

 Num e noutro caso, qual a sua situação ao tomar o corpo?

    Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, colocamos estas seguintes questões:

   Qual o motivo da alma exibir aptidões tão distintas e livre nas ideias alcançadas pela instrução?

    Como aparece a aptidão fora do normal de algumas crianças quando ainda pequenas para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem insignificantes por toda a vida ?

    As ideias inatas ou intuitivas, que não existem para outros, de onde vem?

     De onde vêm, para certas crianças, os impulsos prematuros do vício ou probidade, esses sentimentos inatos de seriedade ou de indignidade, que contrariam com o meio em que nasceram?

Porque será que uns Seres, independentemente da instrução, são mais evoluídos que outros ?

Como se explica a diferença de uns nascerem na mais extrema miséria e outros na sumptuosidade. Umas têm berço de ouro e outras não têm lugar para se acomodar?

Como é possível haver à nascença com doenças incuráveis (fora do caso de hereditariedade) e sofrem a vida toda, e outras nascem cheias de saúde e de vigor ? Por que morrem crianças em tenra idade e outras vivem muitos anos ?

Porque algumas pessoas nascem com deficiências físicas ?

Porque existem crianças prematuras, no campo da música, da matemática e de outros conhecimentos, e outras, apesar de estudarem e se esforçarem a vida toda, não conseguem alcançar um grau razoável de conhecimento?

E então as criaturas más desfrutam de grande prosperidade na vida, e outras, bondosas e moralizadas, vivem uma vida cheia de obstáculos e de angústia?

Qual a Filosofia ou a Religião que pode equacionar esses problemas sem valer-se da lei das vidas sucessivas ou da Reencarnação?

O Espiritismo tem explicação para todos esses problemas, demonstrando que essas disparidades ocorrem devido, a maior parte das vezes, às fragilidades que a criatura perpetra, e que demanda reajuste perante a justiça Divina

Logo temos que reconhecer que a doutrina da pluralidade das existências é a única a explicar aquilo que, sem ela, é inexplicável; que é altamente consoladora em conformidade com a justiça mais rigorosa, sendo para o homem a prancha de salvamento que Deus lhe concedeu na sua eterna misericórdia. Duvidar dela é, no ínfimo, afirmar que Deus é injusto.

As evidências históricas a favor da reencarnação nos colocam diante de uma realidade evidente: não foi a Doutrina Espírita que inventou a Teoria da Reencarnação. A ideia da reencarnação, com outras designações (Palingênese, Transmigração da alma, etc.), é muito antiga. Vamos encontrá-la nas civilizações mais antigas do globo.

Algumas descobertas na velha civilização de Atlântida, crêem ter sido o berço da civilização greco-romana, vieram mostrar que naquele remoto continente se ensinava a Doutrina das Vidas Sucessivas.

Na Índia, no Egito, na Pérsia, as ideias da reencarnação têm dominado desde os primórdios da civilização.

O papiro Anana (1320 a.C.) demonstra a ideia entre os egípcios:

"O homem retorna a vida várias vezes, mas não se recorda de suas prévias existências, exceto algumas vezes em um sonho. No fim todas essas vidas ser-lhe-ão reveladas."

Pitágoras, Sócrates, Buda, todos defendiam esse princípio.

Enumeras religiões se baseiam na crença das vidas sucessivas: o Bramanismo, o Budismo, o Druidismo, etc. O Cristianismo primitivo não fugiu à regra. Caracteres marcantes desta doutrina se nos deparam nos Evangelhos.

   Reencarnação está nos Evangelhos, onde, várias passagens dos mesmos aparecem claramente a ideia da reencarnação, mas Allan Kardec examina três, que ele considerava como as mais importantes: 

1ª) "Após a transfiguração, seus discípulos então o interrogaram desta forma: Porque dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias? - Jesus lhes respondeu: É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas, mas eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara." [Mateus-XVII:10-13] [Marcos-IX:11- 13]

A consideração de que João Batista era Elias está presente várias vezes no Evangelho, reforçando a ideia de que muitos judeus tinham simpatia pela Teoria de Palingenética. Se fosse erróneo este pensamento, certamente Jesus o teria combatido, como fez em relação a vários outros.

2º) "Ao passar, viu Jesus um homem que era cego desde que nascera; - e seus discípulos e fizeram esta pergunta: Mestre, foi pecado deste homem, ou dos que o puseram no mundo, que deu causa a que ele nascesse cego? - Jesus lhes respondeu: não é por pecado dele, nem dos que o puseram no mundo; mas para que nele se patenteiam as obras do poder de Deus." [João-IX:1-34]

A pergunta dos discípulos: "foi algum pecado deste homem que deu causa aquele nascesse cego?" revela que eles tinham a intuição de uma existência anterior, pois, do contrário, ela careceria de sentido, visto que um pecado somente pode ser causa de uma enfermidade de nascença se cometido antes do nascimento, portanto numa existência anterior.

3º) "Ora, entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, senador dos Judeus, que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.

Jesus lhe respondeu: em verdade, em verdade, dito-te: ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo." [João-III:1-12]

Não tem dúvidas de que, sob o nome de ressurreição, o princípio da reencarnação era ponto de uma das crenças dos judeus, ponto que Jesus e os profetas confirmaram . Donde se segue que negar a reencarnação é negar as palavras do Cristo.

Além disso as evidências cientificas históricas e religiosas da reencarnação, argumentam, hoje, várias evidências de cunho científico, o que levou o parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade a afirmar:

"Dentro de mais alguns anos, a Palingênese deixará de ser encarada como crença religiosa e passará a ser estudada exclusivamente como mais uma lei da natureza."

Algumas provas das principais evidências científicas da reencarnação são:

Os Génios prematuros, crianças prodígios, que desde a mais tenra idade mostram possuir conhecimentos de tal ordem à respeito de temas os mais diversos que seria impossível explicá-los sem a certeza de que viveram antes.

Amadeus Mozart tocava piano aos 3 anos e violino aos 4 anos sem nunca ter visto um.

Miguel Angelo, com a idade de 8 anos, foi dispensado pelo seu professor de escultura porque este já nada mais tinha a ensiná-lo.

Allan Kardec, questionou os espíritos sobre este fenómeno [LE-qst 219] e eles disseram:

"Lembrança do passado, recordação anterior da alma."

A reencarnação  está baseada nos princípios da misericórdia e da justiça de Deus.

Na misericórdia divina, porque, assim como o bom pai deixa sempre a porta aberta a seus filhos frágeis, permitindo a sua regeneração, também ELE , através das vidas sucessivas - dá oportunidade para que os homens passam corrigir-se, evoluir e merecer o pleno gozo de uma felicidade.

Emmanuel chega a dizer que "a reencarnação é quase o perdão de Deus."

Na lei de justiça, pois os erros cometidos e os males infligidos ao próximo devem ser reparados durante novas existências, a fim de que, experimentando os mesmos sofrimentos, os homens possam resgatar seus débitos, passando a conquistar o direito de serem felizes.

A unicidade das existências é injusta e contraditória, pois não atende às sábias leis do progresso espiritual.

É absurda, porque não pode explicar as enormes discrepâncias de capacidades das criaturas desde sua infância; as ideias inatas, independente da educação recebida, que existem nuns e não aparecem em outros; os instintos prematuros, bons ou maus, não obstante a natureza do meio onde nasceram.

As reencarnações representam para as criaturas imperfeitas valiosas oportunidades de resgate e de progresso espiritual.

A pluralidade das existências pode explicar a diversidade dos caracteres, a variedade das aptidões, a desconformidade dos atributos morais, enfim, todas as desigualdades que ferem a nossa visão elementar.

Livro dos Espíritos de Allan Kardec questão 166 diz:

“ Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, nada mas para isso necessário lhe é prova de vida corporal”.

Concluindo, se cremos em Deus temos que adequar à sua infinita bondade, justiça, misericórdia, toda a enormidade da reencarnação, como justa , e que não sendo um processo punitivo, ele é educativo, permitindo a depuração dos espíritos, em experiências sucessivas no corpo físico, por condicionamento da Lei de causa e efeito, sendo que dessa forma todos alcançarão a felicidade, uns mais depressa que outros, mas tudo dependendo de cada individualidade e correspondência da sua evolução, moral, espiritual e intelectual.

Terminamos com Jesus:

“ Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo”.

Bibliografia

Livro dos Espíritos - Allan Kardec

O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec

O Problema do Ser, do Destino e da Dor - Leon Denis

A Reencarnação e Suas Provas - Carlos Imbassay

Reencarnação - Gabriel Dellane

Depois da Morte - Leon Denis

MUITA PAZ

VICTOR PASSOS


 

 

Autismo Integrar ou Incluir deficientes na escola ?
   
     Em Portugal existem cerca de 65 mil crianças com autismo….
   A noção de integração tem sido compreendida de diversas maneiras, quando aplicada à escola . Uso do termo para expressar fins diferentes, sejam eles pedagógicos, sociais, filosóficos e outros.  Ora integrar é como designar determinados  grupos de alunos em escolas especiais para deficientes e até mesmo em classes especiais, grupos de lazer ou residências para deficientes.
  Os movimentos em favor da integração de crianças com deficiência surgiram nos Países nórdicos, nos anos 60, quando se questionaram as práticas sociais e escolares de segregação, assim como as atitudes sociais em relação às pessoas com deficiência intelectual.
   Uma das opções de integração escolar denomina-se mainstreaming, ou seja, "corrente principal" o direccionamento é semelhante a um canal educativo geral, que em seu fluxo vai carregando todo tipo de aluno com ou sem capacidade ou necessidade específica. O aluno com deficiência mental ou com dificuldades de aprendizagem, pelo conceito referido, deve ter acesso à educação, sua formação sendo adaptada às suas necessidades específicas. Existe um leque de possibilidades e de serviços disponíveis aos alunos, que vai da inserção nas classes regulares ao ensino em escolas especiais. Este processo de integração se traduz por uma estrutura intitulada sistema de cascata, que deve favorecer o "ambiente o menos restritivo possível", permitindo ao aluno, em todas as etapas da integração, transitar no "sistema", da classes regular ao ensino especial. O problema é que esta concepção de integração é apenas parcial, porque os educandos passam por fazes das quais não chegam a sair, digamos que à uma varredura de aparência educativa, mas que tem um determinismo saliente e ao mesmo tempo camufla o insucesso, porque isola os alunos ao invés de os aproximar.  Tem que passar por aprovação profissionalizante e instrumentos oficializadores. Desta forma estaremos a isolar e separar, criando segregação das crianças.
      Na inclusão, existe um afastamento radical dessa ideia de  corrente principal.
    A noção de inclusão tem algumas semelhanças com a integração, porém institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática. O conceito se refere à vida social e educativa e todos os alunos devem ser incluídos nas escolas regulares e não somente colocados na "corrente principal". O objectivo essencial da inclusão é a de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades.
      A inclusão em consequência exige uma mudança educacional, porque não está limitada a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Incluindo envolvimento dos Pais, que é deveras muito importante.
   A grandeza deste projecto exige muito de todos alunos com ou sem deficiência, e todos os envolventes no âmbito pedagógico, aproximando assim as crianças da sua natureza aberta, com a comunidade, quer social e cultural, fazendo-se propriamente activas no delinear do seu crescimento.
  È exigente , mas benéfico, generoso e grandioso, tornando os seres diferentes, mas iguais em circunstâncias, a aproximação tem ainda outro condão , o de aproximar as almas e as tornar mais solidárias.
    “ Tal como num puzzle, se lhe retirarmos as peças uma a uma, mais difícil se torna perceber o que estava construído”cravo
 Daí na minha maneira de ver, ser o melhor caminho para o amenizar da fragilidade inerente do autista.
 Todos, juntando peça a peça construiremos esse puzzle, que não pode abster-se de voluntariado, perseverança, paciência, carinho, e amor.

VICTOR PASSOS